Preocupado com a escalada de agressão dos EUA e seus aliados na Síria, com os riscos que a situação representa para Paz mundial e consciente da necessidade de uma ampla unidade das forças que defendem a Paz o Conselho Português para a Paz e Cooperação subscreveu e divulga o apelo internacional "EUA - tirem as mãos da Síria".
O apelo pode ser subscrito em handsoffsyriacoalition.net/
"EUA – TIREM AS MÃOS DA SÍRIA
Uma Mensagem Urgente pela Paz em Vésperas de uma Guerra Maior
Erguemos as nossas vozes contra a violência da guerra e da enorme pressão de propaganda de guerra, mentiras e agendas escondidas que são utilizadas para justificar esta guerra e todas as guerras passadas dos EUA.
Nós, as organizações e indivíduos abaixo assinados, apoiamos os seguintes Pontos de Unidade e trabalharemos juntos como uma Coligação Ad Hoc para ajudar a pôr fim à intervenção dos Estados Unidos, NATO e seus aliados regionais para uma mudança de regime e à matança de pessoas inocentes na Síria:
1. A continuação da guerra na Síria é o resultado de uma intervenção orquestrada pelos Estados Unidos, NATO, seus aliados regionais e forças reaccionárias, cujo objetivo é uma mudança de regime na Síria.
2. Esta política de mudança de regime na Síria é ilegal e em clara violação da Carta das Nações Unidas, da letra e espírito do Direito Internacional e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
3. Esta política de mudança de regime forçada ameaça a segurança da região e do mundo e tem aumentado o perigo de um confronto directo entre os Estados Unidos e a Rússia, com o potencial de uma catástrofe nuclear para o mundo inteiro.
4. A guerra e sanções dos EUA e da UE têm desestabilizado todos os sectores da economia da Síria, transformando um país que já foi auto-suficiente num país dependente de ajuda. Metade da população síria encontra-se agora deslocada. Um relatório da Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental da ONU (CESAP) revela que essas sanções dos EUA sobre a Síria estão a dificultar os trabalhos de ajuda numa das maiores emergências humanitárias desde a Segunda Guerra Mundial. Um terço dos refugiados sírios nos vizinhos Jordânia, Líbano e Turquia têm sido duramente atingidos pelos cortes dos EUA para a UNICEF. Isto obriga os refugiados desesperados a lutar para chegar à Europa.
5. Nenhuma entidade estrangeira, seja ela um governo estrangeiro ou um grupo armado, tem o direito de violar os direitos fundamentais do povo sírio à independência, à soberania nacional e à autodeterminação. Isto inclui o direito do governo sírio de pedir e aceitar assistência militar de outros países, como até o próprio governo dos EUA admitiu.
6. Só o povo da Síria tem o direito inalienável de escolher os seus dirigentes e determinar a natureza do seu governo, livre da intervenção estrangeira. Este direito não pode ser devidamente exercido nas condições da intervenção estrangeira orquestrada pelos EUA contra o povo sírio.
7. A nossa oposição é contra a mudança forçada de regime na Síria por potências estrangeiras apoiadas pelos EUA e seus mercenários. Não é assunto nosso apoiar ou ser contra o Presidente Assad ou o governo sírio. Só o povo sírio tem o direito de decidir a legitimidade do seu governo.
8. A questão mais urgente neste momento é a paz e pôr fim à violência da intervenção estrangeira, que resultou na morte de centenas de milhares de pessoas e a deslocação de milhões de sírios, tanto internamente ou como refugiados no estrangeiro.
Com base nestes Pontos de Unidade, nós, individualmente ou como organizações de uma Coligação Ad Hoc concordamos com as seguintes exigências e nos comprometemos a trabalhar juntos para ajudar a alcançá-las:
1. Um fim imediato à política dos EUA de mudança forçada de regime na Síria e o pleno reconhecimento e respeito pelos EUA, a NATO e os seus aliados dos princípios do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas, incluindo o respeito pela independência e integridade territorial da Síria.
2. O fim imediato de toda a agressão estrangeira contra a Síria, e esforços sérios no sentido de uma solução política para a guerra.
3. O fim imediato de todo o apoio militar, financeiro, logístico e de informações dos EUA, da NATO e seus aliados regionais a todos os mercenários estrangeiros e extremistas na região do Médio Oriente.
4. O fim imediato das sanções económicas contra a Síria. Ajuda internacional maciça para as pessoas deslocadas no interior da Síria e para os refugiados sírios no exterior.
Só como uma Síria em paz e independente, livre de agressão estrangeira, pode o povo da Síria exercer livremente os seus direitos soberanos, expressar a sua vontade livre e fazer escolhas livres sobre seu governo e a liderança do seu país.
Convidamos todos os defensores da paz e do direito dos povos à autodeterminação em todo o mundo para dar as mãos e cooperar neste esforço para alcançar estas exigências tão humanitárias.
Precisamos de empregos, saúde, educação e o fim da violência policial racista e não guerras americanas no estrangeiro!"