O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a sua preocupação com a evolução muito complexa e de grande incerteza da situação que se vive na Europa e no mundo, com a guerra e as ocupações, com os ataques aos direitos dos povos, designadamente dos refugiados e dos imigrantes de que a ordem de restrição a imigrantes de sete países pelo presidente Donald Trump é um exemplo mais recente.

Tal como o CPPC denunciou aquando da última Cimeira da NATO, em Varsóvia, no passado mês de Julho de 2016, continua em marcha a corrida aos armamentos, de que é exemplo, na Europa, o reforço das unidades militares integradas na NATO, tendo chegado à Polónia e países nórdicos, como a Noruega, poucos dias antes da saída de Barack Obama da presidência dos EUA, um grande contingente de tropas e equipamentos bélicos norte-americanos, considerado por analistas militares como uma das maiores mobilizações de forças dos EUA na Europa desde o fim da Segunda Guerra. Estes milhares de soldados e material de guerra, designadamente tanques de última geração e mísseis de cruzeiro de longo alcance preparados para transportar ogivas nucleares, vêm reforçar o que já existe noutros países vizinhos da Federação Russa, incluindo, designadamente, Lituânia, Letónia, Estónia, Hungria Roménia e Bulgária, o que está a ser acompanhado do reforço do chamado escudo antimíssil.

O CPPC sublinha que a situação na Europa é caracterizada pelo agravamento da insegurança e instabilidade em resultado da escalada militarista e agressiva promovida pelos Estados Unidos, as grandes potências da União Europeia e seus aliados, o que, conjuntamente com os focos de tensão em diversos pontos do mundo, designadamente no Médio Oriente, África e Ásia, encerra o perigo do desencadeamento de uma escalada de conflitos que levem ao deflagrar de um confronto de grandes e incalculáveis consequências para a Humanidade.

No entanto, os povos mobilizam-se e lutam, enfrentando a ofensiva imperialista, a brutal barbárie que esta representa e a grande ameaça que encerra.

O CPPC saúda a luta dos povos contra as guerras e os ataques a direitos fundamentais e sublinha que só a luta corajosa e persistente em defesa paz, da soberania e da independência dos seus Estados, da liberdade, democracia, desenvolvimento, justiça e progresso social, se pode garantir o futuro da humanidade.

O fortalecimento da luta contra a guerra e o militarismo, pela paz e a solidariedade com os povos vítimas da ingerência e agressão, coloca-se como uma das grandes exigências do nosso tempo.

Direcção Nacional do CPPC