Ao Povo Português,
Ao Governo Português,
À Embaixada da Palestina em Portugal:
 
Está a decorrer a Assembleia-Geral das Nações Unidas. Portugal tem aí assento, assim como no seu Conselho de Segurança.
 
As negociações entre Israel e Palestina encontram-se num impasse. O Povo Palestiniano continua privado do exercício dos seus direitos universais previstos na Carta da ONU, incluindo o de viver num Estado independente, soberano e viável. Esta circunstância dramática e perigosa tem prevalecido não obstante diversas Resoluções da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança das Nações Unidas que continuam por cumprir, e contrariam o sentido de declarações ou resoluções da parte de outras organizações internacionais – Liga Árabe, Organização de Cooperação Islâmica, Movimento dos Não Alinhados, União Africana, União Europeia.
Prossegue a expansão de colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém, bem como o bloqueio à Faixa de Gaza, por estas vias persistindo graves obstáculos para a Paz e a coexistência pacífica, com ameaçadoras repercussões em todo o Médio Oriente.

Na sua XXII Assembleia da Paz (19 de Novembro de 2011) o CPPC evocou os direitos e a resistência do povo da Palestina em vista da constituição de um Estado independente, soberano e viável, e expressou o apoio sem reservas ao reconhecimento do Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU, com fronteiras anteriores a Junho de 1967 e com capital em Jerusalém Leste; reclamou do Governo Português o voto favorável à admissão da Palestina como membro pleno da ONU; exigiu o fim da ocupação israelita, a interrupção da construção dos colonatos e o desmantelamento dos existentes, o derrube do Muro da Separação, o fim do bloqueio a Gaza, a libertação dos presos políticos palestinos e o respeito do direito ao regresso dos refugiados.
 
Uma vez mais o CPPC toma partido ao lado da defesa dos legítimos direitos do Povo Palestino, fazendo eco dos sentimentos do Povo Português repetidamente expressos neste respeito; exorta o Governo Português a actuar no quadro da ONU, UE e mais instâncias internacionais de acordo com os princípios da Carta da ONU, os sentimentos do Povo Português e sentido geral da opinião pública mundial; e expressa ao Povo Palestino a sua continuada e firme solidariedade e votos de sucesso na sua longa e justa luta pelos seus legítimos direitos.
 
Os trabalhos da corrente Assembleia-Geral das Nações Unidas são uma renovada oportunidade para avançar neste caminho, que tarda já há meio século. A Paz não pode perder tempo.
 
Lisboa, 3 de Outubro de 2012.
Direcção-Nacional do CPPC