Caros amigos,
Em nome do Conselho Português para a Paz e Cooperação saudamos todos os presentes.
Ao fim do dia de ontem entrou em vigor um cessar-fogo que, permitiu à população palestina de Gaza, uma noite mais tranquila, cessar-fogo que, a manter-se, permitirá que esta possa recuperar da barbárie assassina e destrutiva dos bombardeamentos de que foi alvo durante praticamente 8 dias.
A agressão perpetrada por Israel provocou mais de uma centena e meia de mortos e mais de um milhar de feridos, na sua maioria civis e muitos dos quais mulheres e crianças.
É por eles que estamos aqui! Por eles e por aqueles – o povo palestino –que continuam a viver debaixo da ocupação e violência sionistas.
O governo de Israel conhece os crimes que cometeu e continua a cometer. Por isso o seu exército bombardeia as redacções dos meios de comunicação social que davam a conhecer as consequências da agressão e o drama do povo palestino, prova do medo que o governo de Israel tem de que a verdade dos actos seus seja conhecida.
Estamos aqui para lembrar que, mesmo com o cessar-fogo, a agressão contra o povo palestino continua. Continua e perdura à décadas.
Estamos aqui para exigir o fim dos massacres!
Não esquecemos o massacre cometido pelo regime sionista de Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza, em 2008, 23 dias de bombardeamentos e atrocidades, que provocaram cerca de 1400 mortos e 5000 feridos, a maioria dos quais civis palestinos, incluindo centenas de crianças.
Estamos aqui porque não esquecemos os milhares de hectares de terra palestina que foram expropriados, os milhares de habitações que foram destruídas, os seus legítimos donos expulsos, terras ocupadas por colunatos ilegais, que continuam a ser construídos.
Estamos aqui porque Israel ergueu um cruel muro de separação e de segregação, que impõe ao povo palestino. Um muro, uma densa malha de colunatos, de inúmeras bases militares, barreiras e postos de controlo que permitem ao colonialismo israelita controlar directamente o território da Cisjordânia, incluindo os seus recursos naturais, nomeadamente o acesso à água.
Estamos aqui para denunciar o cruel bloqueio, imposto a Gaza desde 2006, transformada numa imensa prisão, onde nada nem ninguém entra ou sai sem prévia autorização de Israel, e onde tudo falta, incluindo os bens e os serviços essenciais à população palestina.
Estamos aqui para denunciar as inúmeras e diárias humilhações e degradantes condições de vida que o regime sionista de Israel impõe ao povo palestino, os milhares de prisioneiros políticos palestinos nas prisões israelistas, os milhares de refugiados palestinos, impedidos de viver na sua terra.
Estamos aqui, também, para denunciar a hipocrisia e o cinismo da administração Norte-americana e da União Europeia que perante a premeditada e violenta agressão israelita, desculpam e apoiam o agressor e responsabilizam a sua vítima, o povo palestino.
Administração Norte-americana e União Europeia – a tal do Nobel da Paz – que demonstram assim a sua cumplicidade ante os crimes cometidos pelo regime sionista de Israel. Cumplicidade e hipocrisia bem expressas pelo bloqueio dos Estados Unidos a uma tomada de posição que condenasse a violência israelita no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O CPPC não confunde o agressor com o agredido, o colonizador com o colonizado, o opressor com o oprimido, o explorador com o explorado, o criminoso com a sua vítima, não confunde o regime sionista de Israel com o povo palestino.
E tão pouco confunde o regime sionista com o povo israelita e as forças e milhares activistas da paz israelitas – a quem saúda pela sua coragem e dignidade – que intervêm por uma solução e paz justas no Médio Oriente, no quadro da Carta da ONU e no respeito das resoluções das Nações Unidas.
Daqui saudamos o povo Palestino e a sua resistência.
Uma saudação que estendemos a todos os povos vítimas de agressão, em particular ao povo sírio, também ele vítima de agressão imperialista e também ele com parte do seu território - os Montes Golã -, debaixo de ocupação iraelita.
Denunciamos que esta agressão israelita se enquadra num propósito e estratégia mais amplos de tensão, guerra e domínio do Médio Oriente e dos seus recursos naturais protagonizada pelos EUA e seus aliados – de que são exemplo as guerras de agressão ao Iraque, ao Líbano, à Líbia e à Síria, ou ainda as ameaças contra o Irão –, escalada de agressão e guerra que a não ser parada poderá ter desastrosas consequências tanto nesta importante região, como ao nível internacional.
Estamos ainda aqui para afirmar que, mesmo que o sofrimento do povo palestino seja mais uma vez rapidamente esquecido pelos grandes centros de informação que controlam os meios de comunicação social, e por aqueles que hipocritamente e cinicamente dizem hoje estar preocupados com o povo palestino, nós não o esquecemos, nós continuaremos ao lado do povo palestino e da sua luta, que por legitima e justa, será vitoriosa.
Palestina vencerá!
22 de Novembro de 2012