Realizou-se no dia 29 de Maio o belo Concerto pela Paz, no Auditório Municipal de Vila Nova de Gaia com a lotação máxima permitida, que contou com o apoio da Câmara Municipal e da Federação das Colectividades de Vila Nova de Gaia. Participaram artistas, associações e escolas artísticas e teve a a presentação de Olga Dias. A música do jovem pianista Miguel Santos da Academia de Música de Vilar do Paraíso, a Ilha Mágica com a sua poesia de intervenção, os bailarinos do Gianasiano Escola de Dança, o Ensemble de flautas e piano da Escola de Música de Perossinho e o encerramento em beleza com o Grupo de música andina INTICHASKI. Pelo meio houve a intervenção de Ilda Figueiredo em representação do CPPC ( ver texto abaixo), as habituais proclamações a muitas vozes " Paz sim ! Guerra não" e a surpresa que a Federação das Colectividades fez ao CPPC entregando um belo e simbólico arranjo com espigas de trigo, ramos de oliveira e uma pomba branca.
Intervenção de Ilda Figueiredo em representação do CPPC:
Minhas Senhoras e Meus Senhores, Estimadas Amigas e Amigos da Paz
Em nome da Direcção do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúdo todas as pessoas presentes neste Concerto pela Paz, no Auditório Municipal de Gaia, só possível com o empenhamento de muitos artistas e grupos que aqui intervêm hoje: a Academia de Música de Vilar do Paraíso, a Ilha Mágica, o Ginasiano Escola De Dança, Escola de Música de Perosinho e Centro Recreativo de Mafamude. Para eles vai o nosso caloroso agradecimento.
Agradecimento que é também extensivo à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, aqui representada pela vereadora da Cultura eng. Paula Carvalhal. Recorde-se que o CPPC tem um protocolo de colaboração com a CM de Gaia. Agradecimentos também à Federação das Colectividades e ao auditório municipal de Gaia, ao dr. Manuel Filipe e aos técnicos que, em conjunto connosco, montaram este espectáculo que esperamos vos agrade a todos.
Este Concerto pela Paz realiza-se um contexto particularmente complexo no plano internacional, agravado pela pandemia, sanções e bloqueios a países e povos em situação muito difícil, onde, por um lado, se mantêm graves conflitos, guerras e agressões em muitas zonas do mundo, particularmente no Médio Oriente, com destaque para a ocupação que Israel continua a fazer na Palestina com apoio de EUA, e que ainda recentemente bombardearam Gaza provocando cerca de 250 mortos, entre os quais dezenas de crianças, milhares de deslocados. Em conjunto com outras organizações em várias cidades dissemos não às agressões e ocupação da Palestina e proclamou-se “Palestina vencerá!”
Prosseguem graves ameaças à Paz noutras zonas, desde a Ásia à América Latina e aqui vai a solidariedade ao povo da Colômbia que está a sofrer a repressão do seu governo. Não podemos esquecer o drama dos refugiados, incluindo aqui na Europa, e as vítimas das políticas injustas e agressivas, que agravaram desigualdades sociais e aumentaram a pobreza, o que exige de todos os amantes da paz uma redobrada atenção e empenhamento na defesa da justiça, da liberdade, da democracia e da Paz, de acordo com os valores de Abril.
Mas, por outro lado, também surgem raios de esperança, resultado das lutas dos povos e de todos os amantes da Paz, como no Chile e na Bolívia, O CPPC continua a contribuir para o reforço do movimento da Paz em Portugal, a lutar contra a guerra e o militarismo, a desenvolver acções de solidariedade e cooperação com os povos de todo o mundo, o que também depende da participação e empenhamento de todos os aderentes e amigos desta nobre causa da Paz.
A nossa convicção é que, com a vossa participação neste Concerto, podemos afirmar, a muitas vozes, a nossa indignação face às guerras de agressão e expressar, a muitas vozes também, a nossa solidariedade com os povos vítimas do colonialismo, de actos de ingerência externa e de conflitos armados, de injustiças e desigualdades sociais, da opressão, dos desrespeito da sua soberania e independência nacionais. E dizermos todos PAZ Sim! Guerra Não!
Em vez de conflitos armados, guerras, ingerências, novos colonialismos e corrida aos armamentos, reafirmamos aqui o nosso compromisso com a Paz, tendo por base o artigo 7º da Constituição da República Portuguesa e os princípios da Carta da Nações Unidas, na exigência do fim das armas de destruição massiva, incluindo as armas nucleares, o fim da corrida aos armamentos e da militarização das relações internacionais, a exigência da dissolução dos blocos político-militares, a promoção dos valores de Abril também na política externa portuguesa, na defesa da cooperação e amizade entre os povos de todo o mundo, preconizando a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração. Queremos uma ordem internacional capaz de assegurar a justiça nas relações entre os povos, na defesa da emancipação e progresso da humanidade.
Assinalámos recentemente o 45º aniversário da aprovação da Constituição da República Portuguesa pelo que significa de contributo para a Paz, dando particular atenção às actividades de educação e do desenvolvimento de uma cultura de Paz, de que são exemplo estes Concertos pela Paz, as exposições e os debates. Muitas outras iniciativas irão continuar a decorrer na luta pela Paz, incluindo mais parcerias com municípios, artistas, colectividades, escolas, professores, sindicatos, jovens e todos, homens e mulheres de boa vontade para quem a Paz é um objectivo central.
Temos, em colaboração com Artistas de Gaia Cooperativa Cultural uma exposição “ Paz e Constituição” na Bienal Internacional de arte Gaia 2021, com 62 artistas, que generosamente aceitaram pôr a sua criatividade ao serviço da Paz. Convido-vos a uma visita.
No próximo dia 5 de Junho será o Encontro pela Paz em Setúbal, onde Gaia estará representado com apoio da CMGaia.
Um bom Concerto. Pela paz, todos não somos demais.