Outras Notícias

Nakba 64 anos - A luta contra o esquecimento.

Intervenção de Baptista Alves
Vice-presidente da Direcção Nacional do CPPC
Debate
Nakba 64 anos - A luta contra o esquecimento.

"É para mim uma grande honra estar aqui, hoje, em representação do CPPC a participar neste debate sobre a Palestina, para assinalar o 64º aniversário da NAKBA, e muito particularmente, por ter a oportunidade e o previlégio de, na pessoa do sr embaixador do Estado da Palestina, Mufeed Shami, endereçar ao heróico povo palestino o nosso abraço fraterno e solidário.
A Constituição da República Portuguesa, em vigor desde 25 de Abril de 1976, no seu artº 7º (relações internacionais) refere:
Portugal rege-se nas relações internacionais pelo princípio da Independência Nacional e do direito dos Povos à autodeterminação.
Portugal preconiza a abolição de todas as formas de imperialismo, colonialismo e agressão
Portugal reconhece o direito dos povos à insurreição contra todas as formas de opressão.

É este e não outro o enquadramento constitucional a que estamos vinculados, que resultou da revolução de 25 de Abril de 1974, revolução que libertou o povo português de 48 anos de opressão fascista. Foi esta a vontade do povo português expressa na Constituição da República Portuguesa, elaborada por uma Assembleia Constituinte eleita democràticamente e era esta também uma aspiração dos homens do MFA, bem explicitada no texto do programa apresentado ao povo português na sequência do 25 de Abril.

O CPPC, fiel à sua prática de sempre, ao lado dos povos que, face à autêntica onda de destruição e à barbárie imperalista, continuam a levantar-se e a lutar corajosa e persistentemente em defesa da liberdade, da soberania e da independência nacional, assumiu como uma das principais linhas de intervenção para o biénio 2011/2013:
“A solidariedade e cooperação com todos os povos do mundo, em particular com os povos vítimas de guerras imperialistas (solidarizando-se com a resistência contra a agressão e ocupação, contra a ingerência estrangeira, a chantagem, o bloqueio ou a ameaça de intervenção militar, apoiando a luta dos povos pelo seu inalienável direito à auto determinação,
à soberania, à liberdade, à independência dos seus respectivos países).

É por tudo isto que continuaremos a lutar exigindo do governo português uma posição firme no âmbito das Nações Unidas quanto ao cumprimento das decisões já tomadas e de outras que eventualmente se justifiquem para pôr fim a 44 anos de ocupação ilegítima nos territórios palestinos da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, por parte do estado de Israel. Aliás, as posições recentes assumidas na ONU, pelo Governo Português, a propósito do reconhecimento do Estado da Palestina, são só por si um claro desrespeito pela vontade da esmagadora maioria do povo português expressa na Constituição da República.

É por tudo isto também e por tudo quanto adquirimos em termos de Direitos Humanos, nesta atribulada caminhada comum da Humanidade, que exigimos a imediata satisfação das justas reinvidicações dos cerca de 2000 prisioneiros palestinos em greve de fome alguns mesmo já ultrapassando os 70 dias de privação de alimentos. A morte iminente de qualquer destes lutadores, que por todos os meios devemos procurar evitar, a ocorrer, será mais uma a somar às muitas atrocidades cometidas por Israel contra o povo palestino. Mas será também, e muito principalmente, mais um hediondo crime, por omissão, praticado por toda uma comunicação social subserviente aos interesses do imperialismo. A total ausência de notícias sobre esta greve de fome, atingindo mais de 2000 pessoas, é prova irrefutável desta conivência criminosa, quando comparada com a profusão de notícias, comunicados, comentários etc que outros actos, praticados noutras paragens, quase sempre insignificantes, merecem. E o mesmo se passa com muitos intelectuais de serviço à ideologia dominante:
todos mudos distraidos ou envergonhados, mas todos igualmente coniventes com esta inqualificável e criminosa situação.

E quais são as reinvidicações dos prisioneiros?
o fim do enclausuramento solitário
o fim das torturas e o direito a viver com dignidade

A condição dos prisioneiros palestinos nas cadeias israelitas (cerca de 5000) muitos dos quais encarcerados há vários anos sem que contra eles tenha sido pronunciado uma única acusação, sujeitos a desumanas e indignas condições, ao isolamento, à proibição de visita de familiares ou dos próprios advogados, a espancamentos, sevícias e chantagens ilustra bem o drama do povo palestino sob ocupação israelita. Um povo impedido de se constituir como Estado nos territórios ocupados em 1967, com Jerusalém oriental como capital e uma solução justa para a situação dos refugiados palestinos (3 600 000 segundo um recenseamento de 1999), nos termos da resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU. Um povo sujeito à violência de um quotidiano feito de repressão sistemática, de contínua expoliação de terras, da destruição das casas e campos de cultivo, das expulsões, do alargamento contínuo dos colonatos, da meticulosa aplicação de uma politica que visa o esmagamento da sua identidade e da realização plena dos seus direitos.

Esta realidade, que tivemos oportunidade de constatar directamente, através de um representante do CPPC, há um ano a esta parte, numa missão integrada no Conselho Mundial da Paz, é bem mais dura quando o cheiro a pólvora não deixa dúvidas quanto às intenções do ocupante

É contra tudo isto que o CPPC conjuntamente com o MPPM movimento pelos direitos do povo palestino e pela paz no Médio Oriente, decidiram:
- Expressar a sua solidariedade com os presos políticos palestinos em greve de fome e, através deles, com todo o povo palestino vítima da ocupação israelita

- Reclamar dos órgãos de soberania portugueses uma intervenção firme e determinada que responsabilize Israel pela situação dos presos políticos palestinos e que exija o cumprimento, por aquele estado, dos princípios e normas do direitos internacional e humanitário a que está obrigado pela sua condição de membro das Nações Unidas

Apelar à opinião pública portuguesa para que se mobilize na denúncia dos crimes da ocupação israelita e na afirmação da sua solidariedade com o povo e os presos políticos palestinos, pugnando pela sua libertação.

Promover um acto público de solidariedade para entrega desta tomada de posição, dia 17 de Maio, pelas 18h00, frente à Embaixada de Israel, em Lisboa.

Contamos com todos

A confirmar-se a notícia do fim da greve de fome, cumpre-me felicitar o povo palestino por mais esta vitória da força da razão sobre a razão da força, possível também por acção de muitos democratas um pouco por todo o mundo, como esta iniciativa que aqui realizamos hoje.
Vale a pena!
Continuaremos na luta pelo fim da ocupação israelita e pela libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos."

 

Na sequência do anuncio do cessar-fogo

Fim ao massacre em Gaza!
Palestina livre e independente!
Pela paz no Médio Oriente!

O cessar-fogo hoje anunciado embora, se respeitado, permita garantir que - hoje à noite, e pela primeira vez, depois de dias de intensos bombardeamentos - a população palestiniana da Faixa de Gaza possa enfim descansar e começar a recuperar da barbárie e da destruição que sofreu, não altera as causas que estão na origem do drama do povo palestiniano que continuará a viver a violenta opressão colonialista israelita.
 
Como tristemente a história testemunha e demonstra, são tantos os acordos firmados pelas autoridades israelitas relativamente à Palestina e ao povo palestiniano como aqueles que Israel não cumpre.
 
As organizações promotoras não só mantêm as iniciativas de amanhã, como apelam à participação de todos aqueles que pensam e sentem:
 
- Que o massacre que Israel perpetrou contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza não deve ficar impune!
- Que é necessária uma forte expressão de protesto e de condenação do governo israelita!
- Que se impõe uma viva expressão de solidariedade com o povo palestiniano!
- Que este é um momento certo para exigir o cumprimento dos legítimos direitos do povo palestiniano, que continuam a ser violentamente desrespeitados!
 
Este é o momento para afirmar a solidariedade com o martirizado povo palestiniano e a sua justa luta!
 
Em Lisboa:
Acto público de protesto, 22 de Novembro – 18h00, frente à embaixada de Israel (Rua António Enes 16 – Metro do Saldanha)
No Porto:
Concentração, 22 de Novembro – 17h30, na Praça dos Poveiros – Porto
 

ISRAEL POTÊNCIA NUCLEAR

O semanário Expresso de 4 Fev traz uma pequena notícia que depois ocupou o rodapé dos noticiários da RTP: «Israel poderá atacar o Irão na Primavera. Telavive teme que Teerão possa deter a bomba atómica». Não é novidade, é mesmo recorrente a divulgação da abusiva e arrogante pretensão de Israel se arvorar em polícia nuclear do Médio Oriente (M.O.). O que é chocante é o acriticismo da notícia, o tom de “normalidade” de uma ameaça que pode arrastar uma tragédia mundial e que não merece nenhum alerta das potências guardiãs do sistema nem das instâncias internacionais. Aliás como já aconteceu com anteriores agressões israelitas ao Iraque (Osirak, 1981) e, mais recentemente, segundo se supõe, à Síria. É a confirmação do estatuto de excepcional impunidade de que Israel beneficia, face às sistemáticas acções preventivas contra os seus vizinhos – logo agressões segundo o quadro legal da ONU –, bem como às constantes violações das resoluções da ONU.

Ler mais...

MAIS GUERRA NÃO!

Painel mural do CPPC nos Restauradores, em Lisboa

No âmbito da sua campanha «Pela Paz! Não à guerra no Médio Oriente!», o CPPC realizou um painel mural, na Praça dos Restauradores, em Lisboa. No painel mural poderá ler-se:
- Jugoslávia, Iraque, Afeganistão, Líbia - Pela Paz, mais guerra não na Síria e no Irão
- Não à guerra no Médio Oriente
- Não à agressão à Síria e ao Irão
- Palestina livre e independente

 

MAIS GUERRA NaO 01

MAIS GUERRA NaO 02

MAIS GUERRA NaO 03

MAIS GUERRA NaO 04

MAIS GUERRA NaO 05

MAIS GUERRA NaO 06

MAIS GUERRA NaO 07

MAIS GUERRA NaO 08

Israel continua a assassinar!

O Conselho Português para a Paz e Cooperação condena o novo acto de terrorismo de estado perpetrado por Israel, no passado Domingo, contra civis desarmados, palestinos e sírios, que assinalavam a «guerra dos Seis Dias», em que Israel ocupou ilegalmente os territórios dos Montes Golã, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

A brutal agressão das tropas de Israel que provocou dezenas de mortos e centenas de feridos, alguns com muita gravidade, ocorreu quando centenas de pessoas, na sua maioria jovens, se concentraram na zona de separação entre a Síria e o território sírio ocupado dos Montes Golã.
Este novo acto de terrorismo de estado ocorre passado menos de um mês da violenta repressão pelas forças armadas israelitas das manifestações pacíficas, aquando do assinalar do 63º aniversário da Nakhba - a expulsão dos palestinos dos seus territórios -, bárbara agressão que provocou 24 mortos e centenas de feridos.

 

Uma vez mais é posta a nu a vergonhosa hipocrisia das grandes potências ocidentais, como os EUA e a UE, que cinicamente falam dos direitos humanos e dos povos árabes, mas que são coniventes e cúmplices dos bárbaros crimes e terrorismo de estado perpetrado por Israel. No fundo a mesma política de agressão aos direitos humanos e dos povos que é hoje praticada pela NATO contra o povo líbio.


O CPPC volta a afirmar a exigência de:
    •    Condenação do terrorismo de estado de Israel;
    •    Denúncia da impunidade e conivência que Israel goza por parte dos EUA e da UE para a sua política de colonialismo e de autêntico genocídio do povo palestino;
    •    Acabar com a ocupação israelita;
    •    Impedir a construção de novos colonatos e desmantelar os colonatos;
    •    Remover o muro de separação;
    •    Levantar o bloqueio a Gaza;
    •    Estabelecer o Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Leste como capital;
    •    Garantir o direito de regresso dos refugiados.

O CPPC exige do Estado Português a condenação de mais esta agressão israelita e a defesa do inalienável direito do povo palestino a um Estado independente, soberano e viável, no respeito pelas resoluções das Nações Unidas.