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No passado dia 3 de junho, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, realizou-se mais um Concerto pela Paz, uma iniciativa do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal (CMS).
 
O Concerto foi apresentado pela jovem Marta Lourenço, que chamou ao palco e a intervir Ilda Figueiredo, presidente da DN do CPPC, e André Martins, presidente da CMS, que, após a sua intervenção, presentou o CPPC, o Conservatório Regional de Setúbal e a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal com um quadro da cidade.
 
"Zeca tocado por miúdos" foi o projeto trazido a este concerto pelo Conservatório Regional de Setúbal, que contou com um apontamento, na abertura, da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal.
 
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Intervenção de Ilda Figueiredo - CPPC
 
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, autarcas, artistas, estimadas amigas e amigos da paz,
 
Em nome da Direção do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúdo o senhor Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, dr. André Martins, vereadores e outros autarcas, artistas e todas as pessoas presentes neste primeiro Concerto pela Paz que realizamos neste belo Teatro Luísa Todi, dois anos depois do Encontro pela Paz, que aqui decorreu, em 5 de junho de 2021, que se conseguiu realizar com grande êxito, apesar da pandemia e das medidas restritivas então existentes.
 
É uma excelente forma de comemorarmos esse importante II Encontro pela Paz, que culminou com uma enorme participação no desfile da paz pelas ruas de Setúbal, há cerca de dois anos.
Este Concerto pela Paz conta com o empenhamento de muitos artistas do Conservatório Regional de Setúbal, o seu coro e a orquestra, que, com direção do maestro Raul Avelãs, aqui vão apresentar “Zeca tocado por miúdos” e também com a participação da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal. Para todos eles vai o nosso caloroso agradecimento.
Agradecimento que é também extensivo à Câmara Municipal de Setúbal, ao teatro municipal Luísa Todi e a todos os trabalhadores e técnicos empenhados na realização deste Concerto pela Paz, que esperamos vos agrade a todos.
Este Concerto pela Paz realiza-se um contexto particularmente complexo no plano internacional, onde, por um lado, se mantêm graves conflitos, guerras e agressões em muitas zonas do mundo, e que é preciso parar, seja na Palestina, no Sara Ocidental, na Síria, no Iémen, no Sudão ou na Ucrânia, evitando as suas graves consequências para os povos, o drama dos refugiados, as vítimas das políticas injustas que agravaram desigualdades sociais e aumentaram a pobreza, incluindo na Europa e em Portugal, o que exige de todos os amantes da paz uma redobrada atenção e empenhamento na defesa da justiça, da liberdade, da democracia e da Paz, de acordo com os valores de Abril.
 
O CPPC considera da maior importância contribuir para o reforço do movimento da Paz em Portugal, para a solidariedade com os povos vítimas de violência, ingerência e guerra. Podemos aqui referir que este é o sexto Concerto pela Paz realizado este ano, depois dos concertos de Coimbra, Gondomar, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia e Matosinhos, todos com apoio das respetivas autarquias.
 
Em todos, tal como aqui, pugnamos por uma cultura da paz em vez da guerra, apelamos a que se trave a escalada belicista, que se ponha fim às sanções que atingem os trabalhadores e as populações, enquanto as multinacionais do armamento, da energia, da alimentação, da distribuição acumulam enormes lucros. Queremos a solidariedade e a paz.
 
Em todas as iniciativas, incluindo as que estão previstas em várias zonas do país, a partir de 15 de junho, e que terminam em 17 de junho, em Lisboa, apelamos a que se pare a guerra e se dê uma oportunidade à paz, abrindo espaço à diplomacia e à solução pacífica dos conflitos, apelando a que participem e digam connosco, a muitas vozes:
Paz sim! Guerra Não!
 
Em vez de conflitos armados, guerras, ingerências, novos colonialismos e corrida aos armamentos, reafirmamos aqui o nosso compromisso com a Paz, tendo por base o artigo 7º da Constituição da República Portuguesa e os princípios da Carta da Nações Unidas, na exigência do fim das armas de destruição massiva, incluindo as armas nucleares, o fim da corrida aos armamentos e da militarização das relações internacionais, a exigência da dissolução dos blocos político-militares, a promoção dos valores de Abril também na política externa portuguesa, na defesa da cooperação e amizade entre os povos de todo o mundo.
 
Estamos em vésperas dos 50 anos do 25 de Abril. Este Concerto pela Paz é também um tributo ao 25 de Abril. E vamos continuar com estas comemorações, incluindo com mais concertos, mais educação para a paz nas escolas, mais iniciativas de rua, e na preparação, em conjunto com muitas outras organizações e instituições, como a Câmara Municipal de Setúbal, do III Encontro pela Paz, que vai decorrer em Vila Nova de Gaia, no próximo outono - 28 de outubro - e que terá como lema “Nos 50 anos de Abril, pela Paz todos não somos demais!”
 
Estão todos convidados para nos encontrarmos em Lisboa, no dia 17 de junho, e em Gaia no dia 28 de outubro, convite extensivo a todos os amantes da paz.
Um bom Concerto. Pela paz, todos não somos demais.
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Intervenção de André Martins - CMS
 
Num tempo em que a guerra voltou à Europa e em que falar de paz se converteu, para alguns, num pecado maior, é reconfortante acolher na nossa cidade uma festa como esta.
Uma festa de música e dança em que se celebra a paz; uma festa dos que estão do lado da paz e contra todas as guerras, onde quer que elas ocorram, feitas por quem quer que seja.
Aqui, celebramos a paz e a amizade entre homens e mulheres de todo o mundo, de todas as raças e credos.
 
Celebramos aquilo que nos une e um ideal de paz entre os povos.
Como vos disse, vivemos num tempo em que defender a paz se converteu num pecado maior, em particular para muitos que sempre fizeram vista grossa a outras guerras noutras paragens, por sinal os mesmos para quem há guerras boas se forem promovidas por uns e guerras más se forem iniciadas por outros.
Não há guerras boas.
Há apenas guerras.
 
As guerras que causam morte e sofrimento, que causam destruição e desgraça.
Por isso é tão importante que defendamos a paz.
Mais: que lutemos todos os dias pela paz que só se alcança com diálogo e diplomacia; a paz que só é possível sem agressões e com o respeito por todos.
Quero, por isso, saudar todas e todos os que estão envolvidos neste Concerto pela Paz promovido pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal.
 
O CPPC, a mesma entidade com que, em junho de 2021, nesta mesma sala, ajudámos a organizar o II Encontro pela Paz, em conjunto com uma dúzia de organizações e ao qual se viriam a associar cerca de uma centena de outras, entre municípios, freguesias, sindicatos, instituições com intervenção na área social, coletividades, associações juvenis, ambientais, culturais e desportivas.
 
Aqui debatemos a defesa de políticas de paz, soberania, solidariedade, cooperação e amizade entre todos os povos.
 
É necessário ampliar estas políticas e afirmar que temos de parar a guerra e dar uma oportunidade à paz!
 
Defender a paz, mobilizando e reunindo todas as vontades empenhadas nesta causa plena de atualidade e importância, é, hoje, uma missão da maior importância em que reafirmamos o nosso empenhamento.
 
É neste contexto que quero recordar que, no próximo ano, comemoramos os 50 anos da Revolução dos Cravos, Revolução da Liberdade e da Paz que pôs fim a uma guerra que matou milhares de pessoas.
 
A Revolução de Abril foi uma afirmação soberana do povo português e da sua aspiração e determinação em construir um Portugal de paz, justiça e progresso social e de contribuir para um mundo melhor.
 
Dando expressão a causas que há muito integravam a luta antifascista, o Portugal de Abril defende a paz, o respeito pela soberania dos povos, o desarmamento, a cooperação.
Após décadas de perseguição e repressão, o movimento da paz pôde exprimir-se livremente no Portugal de Abril, levando a cabo, ao longo dos anos, importantes realizações pela paz e de solidariedade com os povos.
 
Tudo continuaremos a fazer para que possamos viver em paz, com a rejeição ativa de tentativas de transportar para o nosso território a guerra que outros se empenham em fazer.
Termino com uma muito forte saudação, uma vez mais, a todas e a todos os que participaram neste concerto e, em particular, ao Conselho Português para a Paz e Cooperação por manter total empenhamento na causa da paz, mesmo em tempos que parecem ser adversos aos que, desde sempre e em qualquer circunstância, defenderam a paz entre os povos.