Faz 8 anos que o Iraque foi bombardeado, invadido e destruído por uma coligação encabeçada pelos EUA e Inglaterra.
A opinião pública foi supliciada com a justificação falsificada da existência de armas de destruição maciça e de cínicas razões humanitárias.
A invasão foi precedida da imposição de duas zonas de exclusão aérea durante 12 anos, alegando razões humanitárias. Foi uma iniciativa dos EUA, da Inglaterra e da França, à margem da ONU. Fogo aberto por estas três forças custou a vida de centenas de iraquianos e um rasto de feridos. Uma década de bloqueio económico significou outro tanto de privação e sofrimento e morte lenta para o povo iraquiano.
De facto as armas de destruição maciça não existiam de todo. Mas as zonas de exclusão aérea e a ocupação que se lhe seguiu custaram cerca de um milhão de mortos, milhões de deslocados, milhões de estropiados e traumatizados.
O Iraque é um país debilitado física e moralmente. O povo iraquiano está hoje muito pior do que antes da invasão. A Democracia “made by América” é uma caricatura, mas a principal riqueza do Iraque, o petróleo, está sujeita às imposições das potências invasoras. O país é uma imensa base militar dos EUA que dominam uma zona estratégica de bens essenciais à indústria.
O Concelho Português para a Paz e Cooperação sempre denunciou a ilegalidade e os verdadeiros propósitos por detrás da agressão e ocupação desse país.
Independentemente do carácter do regime nacional vigente até 2003, aos iraquianos foi-lhes adiada a possibilidade de, por sua vontade e a seu modo, transformarem e melhorarem o seu país.
O CPPC reitera o reconhecimento do direito a todos os povos defenderem a sua soberania, integridade territorial e decidirem livremente do seu futuro.
Exorta os portugueses a exigirem do seu governo a não intromissão nos assuntos internos de cada país e a não substituírem as vias diplomáticas e politicas por meios militares, nas relações internacionais.
O CPPC reitera a sua solidariedade com o povo mártir do Iraque.
Lisboa