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Dia da Terra

Todos os anos, a 30 de Março, assinala-se na Palestina o Dia da Terra, em memória dos seis jovens palestinianos assassinados em 1976 por militares israelitas quando defendiam as suas terras de serem ilegalmente expropriadas por Israel para a construção de colonatos. Nesse dia, quase cem outras pessoas ficaram feridas e várias centenas foram presas. Desde então que o Dia da Terra evoca a tenaz resistência do povo da Palestina à ocupação israelita.

Ao longo dos anos que nos separam dessa data muitos e muitos hectares de terra palestiniana foram expropriadas e ocupadas e os seus legítimos donos expulsos. Muitos quarteirões de novos colonatos foram ilegalmente construídos. Estima-se que meio milhão de israelitas vivam nos territórios ocupados, 200 mil dos quais em Jerusalém Leste.

Ainda em Fevereiro deste ano, o governo israelita decidiu construir 500 novas casas em Shilo, na Cisjordânia, e procura legalizar à posteriori cerca de 200 casas construídas ilegalmente na mesma região à custa da demolição de habitações palestinianas.
Segundo uma agência das Nações Unidas, só em 2011, 622 casas e infra-estruturas pertencentes a famílias palestinianas foram destruídas ilegalmente, desalojando perto de 1100 pessoas, mais de metade das quais crianças.

A par da construção de colonatos, e em coordenação com esta, ergue-se o muro de separação, construído na sua quase totalidade em território palestiniano. Este muro, que Israel apresenta como «defensivo» mas que é uma forma particularmente cruel do regime de apartheid que impõe aos palestinianos, separa aldeias umas das outras; impede o acesso dos palestinianos a importantes vias de comunicação e reservas de água; afasta crianças das suas escolas, doentes dos hospitais e agricultores das suas terras (entregues, depois de «abandonadas» aos colonos israelitas).

Esta densa malha de colonatos, estradas reservadas, muro de separação, bases militares e postos de controlo permite ao colonialismo israelita controlar directamente quase 50 por cento do território da Cisjordânia, incluindo os seus recursos naturais – os colonatos israelitas consomem, em média, sete vezes mais água do que a população palestiniana. Com a sua política de colonatos, Israel tem como objectivo inviabilizar, na prática, a criação e existência de um Estado palestiniano e uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.

A Faixa de Gaza, alvo de um cruel bloqueio, está transformada numa imensa prisão, onde nada nem ninguém entra ou sai sem prévia autorização de Israel, e onde tudo falta, incluindo os bens e serviços essenciais à sobrevivência da população, naquela que é a região do mundo mais densamente povoada.

Assim, em coerência com a sua solidariedade de sempre com a luta do povo palestiniano pelos seus inalienáveis direitos, o CPPC reafirma neste Dia da Terra, a exigência do cumprimento da legalidade internacional e do respeito respeito dos direitos humanos, ou seja:

- Paragem imediata das demolições de casas e infra-estruturas palestinianas por Israel;

- Fim da construção de colonatos israelitas e o desmantelamento dos existentes;

- Derrube do muro de separação;

- Fim da ocupação israelita;

- Reconhecimento do Estado da Palestina, com as fronteiras de 1967.