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 O CPPC solidariza-se com a luta dos povos árabes pela democracia, pela liberdade e pela soberania real dos seus países e condena veementemente a repressão exercida sobre as populações que exigem emprego, direitos sociais e democracia, por regimes oligárquicos que têm vindo a ser apoiados pelos EUA e UE e que se querem perpetuar a todo o custo.
A situação político-social na Líbia é confusa, e sobre ela chegam-nos informações preocupantes, nalguns casos também contraditórias.
O CPPC considera que iniciativas diplomáticas tendentes a intermediar conflitos e acabar com a violência são válidas e necessárias, mas vê com muita apreensão as medidas que os EUA, a UE e a NATO anunciam, nomeadamente através das declarações da Secretária de Estado,dos EUA, Hillary Clinton, as quais configuram a intenção de intervenção militar, ilegítima e ilegal, que seria uma agressão à integridade territorial e à soberania da Líbia.
A ilegitimidade de uma eventual ingerência e agressão faz evocar, por um lado, a intervenção ilegal da NATO na Jugoslávia e, por outro lado, o apoio efectivo a Israel, e a ausência até mesmo de condenação diplomática pelos EUA, com respeito aos crimes que hoje mesmo continuam a ser perpetrados contra o povo palestino.
Acresce que a NATO é o braço armado de governos que têm sustentado consecutivas ditaduras, algumas bem sanguinárias, cuja acção está também indelevelmente ligada a criminosas ingerências e agressões, como à Jugoslávia e ao Afeganistão.
Alegando a “defesa de direitos humanos” a “implantação da democracia” ou a “ajuda humanitária” os EUA têm bombardeado, invadido e ocupado países, provocando milhares de mortos, feridos e refugiados, como acontece hoje no Iraque e no Afeganistão. Como também, ignorando esses mesmos slogans, têm sido coniventes com golpes ilegais e antidemocráticos como há tantos exemplos na América Latina, o mais recente nas Honduras.
O CPPC reitera o apelo ao fim da repressão, em todos os Estados árabes onde as populações lutam por justiça social, direitos sociais e políticos. Condena firmemente qualquer interferência externa e intervenção armada. Denuncia a hipocrisia dos que alegando a defesa dos Direitos Humanos procuram, de facto, defender os seus próprios interesses estratégicos procurando apropriar-se do petróleo e gás natural.
O CPPC exorta os portugueses e portuguesas a expressarem a sua solidariedade com os povos em luta por melhores condições de vida, liberdade e dignidade nacionais. Exorta o Governo Português a actuar no plano internacional no respeito pela vontade daqueles povos, conforme o povo português exigiu aquando do 25 de Abril de 1974.