Palestina Livre e Independente
Assinalam-se agora nove anos do início da segunda Guerra do Golfo - o lançamento da invasão do Iraque, a destruição do seu estado, o assassinato do seu chefe de estado - na sequencia de doze anos de desgaste económico e social e de brutal sofrimentos do povo Iraquiano, por via de um pesado embargo económico, apertado controle militar e a acção subversiva - subsequentes ao termo, de facto a mera suspensão, das actividades bélicas da primeira Guerra do Golfo em 1991. Ignorando apelos internacionais e propostas de resolução negociada da crise na região, os EUA, o Reino Unido e seus aliados iniciaram então o que foi uma nova etapa na escalada de agressão e tomada de posições militares no Médio Oriente.
Essa ofensiva militar - que teve como antecedente próximo a agressão e ocupação do Afeganistão, e teria como sequencias futuras as intervenções imperialistas e presença militar activa noutros países do Norte de África, Médio Oriente e no Mar Arábico – visava executar um plano expresso de instauração de dominação hegemónica do Médio Oriente, sob o disfarce do discurso da “defesa dos direitos humanos”, da “instauração de regimes democráticos” e da “guerra ao terrorismo”, cujo verdadeiro resultado pratico deveria ser o controlo político dos países e a implantação de bases militares na região - mediante os quais as potencias Ocidentais pudessem suprimir a luta popular, nacional e progressista dos povos do Médio Oriente, explorar o trabalho desses povos e espoliá-los das suas riquezas naturais, e bem assim, ocupar posições e ganhar vantagens geoestratégicas e económicas face às potencias euro-asiáticas.
Parar a escalada de guerra no Médio Oriente!
É com grande preocupação que constatamos que, após mais de meio ano de incessantes bombardeamentos da NATO à Líbia, que causaram dezenas de milhar de mortos e feridos e a destruição de grande parte deste país, os EUA e os seus aliados se lançam noutra operação de declarada ingerência e agressão, agora contra a Síria.
Independentemente da posição que se possa ter quanto ao regime sírio, o que está em causa e não podemos deixar de denunciar e rejeitar é que, tal como aconteceu com a Líbia, se instrumentalizam e alimentam questões internas, dificuldades e contradições de um país com o fim de promover a desestabilização, o conflito, o bloqueio económico e político, e ameaçando também de agressão militar directa, intuitos acompanhados por uma intensa operação de desinformação e de tentativa de instrumentalização das Nações Unidas e suas agência, de modo a justificar inaceitáveis propósitos belicistas, com o seu lastro de morte e destruição.
Aqueles que impuseram a guerra na Jugoslávia, no Afeganistão e no Iraque e que aí são responsáveis e cúmplices de violações dos direitos humanos e dos povos, clamam hipocritamente pelo seu respeito, acenando de novo com a barbárie de nova guerra que terá agora como principal vítima o povo sírio, as suas legítimas aspirações e os seus direitos de soberania, políticos, económicos e sociais.
É contra os países que assumem posições que contrariam os propósitos imperialistas nesta região e que aí enfrentam e rejeitam a política de Israel – que ocupa ilegalmente territórios da Palestina, do Líbano e da Síria – que os EUA e os seus aliados levam a cabo uma perigosa escalada de ingerência e guerra.
Escalada de guerra que é contrária às aspirações e interesses de todos os povos do Médio Oriente e que, a não ser travada, constituirá uma potencial catástrofe de grandes proporções para toda a humanidade , porque a guerra só trará sofrimento, destruição e o agravamento da situação na Síria e em todo o Médio Oriente, com consequências de latitude imprevisível.
Apelamos ao fim da ingerência e da escalada de agressão contra a Síria, ao respeito pela soberania do seu povo e pela independência e integridade territorial deste país (incluindo os Montes Golã, ilegalmente ocupados por Israel);
Reclamamos do Governo português o fim da sua política de apoio à escalada de tensão e de conflito no Médio Oriente e, pelo contrário, uma atitude consentânea com a Constituição da República – que preconiza a solução pacífica dos conflitos internacionais e a não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados – e a Carta das Nações Unidas.
Lisboa, 19 de Dezembro de 2011
As Organizações signatárias:
- A Voz do Operário;
- Associação de Amizade Portugal-Cuba;
- Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa;
- Associação dos Agricultores do Distrito de Lisboa;
- Associação Iuri Gagarin;
- Associação Os Pioneiros de Portugal;
- Associação Projecto Ruído;
- Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional;
- Confederação Nacional de reformados Pensionistas e Idosos - MURPI
- Conselho Português para a Paz e Cooperação;
- Ecolojovem - “Os Verdes”;
- Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal;
- Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços;
- Federação Nacional de Professores;
- Fiequimetal;
- Interjovem;
- Juventude Comunista Portuguesa;
- Movimento Democrático de Mulheres;
- Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal;
- União dos Resistentes Antifascistas Portugueses;
- União dos Sindicatos de Aveiro
- União dos Sindicatos de Lisboa
Dia da Terra
Todos os anos, a 30 de Março, assinala-se na Palestina o Dia da Terra, em memória dos seis jovens palestinianos assassinados em 1976 por militares israelitas quando defendiam as suas terras de serem ilegalmente expropriadas por Israel para a construção de colonatos. Nesse dia, quase cem outras pessoas ficaram feridas e várias centenas foram presas. Desde então que o Dia da Terra evoca a tenaz resistência do povo da Palestina à ocupação israelita.
Ao longo dos anos que nos separam dessa data muitos e muitos hectares de terra palestiniana foram expropriadas e ocupadas e os seus legítimos donos expulsos. Muitos quarteirões de novos colonatos foram ilegalmente construídos. Estima-se que meio milhão de israelitas vivam nos territórios ocupados, 200 mil dos quais em Jerusalém Leste.
NAKBA – 64 ANOS
A Luta Contra o Esquecimento
Terça | 15 de Maio | 18.30 horas
Livraria Ler Devagar
Rua Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) | Lisboa