Base da intervenção do Conselho Português para a Paz e Cooperação nas ações de dia 26 e 27 de Outubro de 2022 em Lisboa e no Porto
Em nome da Direcção Nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação, saúdo todos os presentes e as organizações que
subscreveram o apelo a esta concentração.
Estamos hoje aqui porque a Paz é urgente e é necessário elevar a luta pela Paz para novos patamares para travar a loucura belicista que parece comandar as políticas da UE e dos governos europeus, totalmente submissos aos interesses e às ordens dos Estados Unidos. Políticas estas frontalmente contrárias aos interesses e às necessidades dos povos europeus, cada vez mais ostensivamente em confronto com o sentir e a vontade desses povos e que nos estão a conduzir a um beco sem saída de escalada do confronto que ameaça um holocausto de escala continental.
Cessar-fogo, negociações, Paz, são conceitos ausentes das palavras dos dirigentes norte-americanos e europeus que, pelo contrário, têm promovido a escalada do conflito
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Importa referir que logo no dia 24 de Fevereiro, dia em que se iniciou a intervenção militar da Rússia em território ucraniano, o CPPC emitiu um comunicado em que, fiel ao seu posicionamento de sempre em defesa da Paz e da negociação para a resolução de todo e qualquer conflito internacional, se afirmava: “O CPPC apela à imediata cessação das operações militares, à adopção de gestos e ao avançar de propostas que permitam abrir caminho à resolução negociada do conflito, objectivo que deve ser preocupação de todos quantos verdadeiramente defendem a paz
e o respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas. O CPPC reafirma a necessidade da adopção de medidas que ponham fim à política de confrontação, que promovam o diálogo e o desanuviamento das tensões e possibilitem o encontrar de soluções com vista a assegurar a segurança colectiva na Europa e no Mundo, pois todos os Estados têm direito à sua segurança.”
Mas a luta pela Paz não se resume à situação na Ucrânia, aliás a guerra naquela região tem sido usada como cortina para invisibilizar a continuação ou mesmo o agravamento de outros conflitos, como aliás foi invisível para a comunicação social ocidental dominante a guerra movida pelo regime ucraniano à população ucraniana do Donbass desde 2014.
Na Palestina, no Sara Ocidental, na Síria, no Iémen, noutros pontos de África ou do Médio Oriente, a s guerras continuam. A guerra económica conduzida pelo Ocidente entende-se cada vez mais – Cuba, Venezuela, Nicarágua, Rússia, Bielorrússia, Irão, China, entre outros, são os alvos directos das sanções e as vítimas são os povos desses países, mas são até também os dos países imperialistas, que sofrem as consequências económicas e sociais das sanções, como o agravamento das condições de vida na Europa o está a demonstrar.
A situação na Palestina merece uma referência particular pois tem vindo a aumentar a violência do exército israelita ocupante contra a população dos territórios ocupados. Com intolerável frequência e com o inaceitável silêncio dos que se dizem defensores dos “valores democráticos” europeus, vide o governo português, palestinianos continuam a ser assassinados com total impunidade
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Os povos querem a Paz. Os povos necessitam da Paz, sem ela não é possível o desenvolvimento, a justiça social, um futuro melhor.
É urgente que o direito internacional e a diplomacia substituam a agressão e a ingerência externa.
É urgente que o cessar-fogo ponha fim às guerras em curso e que as negociações substituam as ameaças, as sanções, o escalar dos conflitos.
É urgente uma economia de Paz, virada para a satisfação das necessidades humanas, assente na cooperação internacional segundo princípios justos, que substitua a corrida aos armamentos, a depredação dos recursos naturais, a exploração de países e povos dominados pelo jugo do imperialismo.
No nosso país, membro da União Europeia e da NATO, é preciso elevar o nível de esclarecimento e subir para patamares superiores a mobilização para a defesa da Paz. Cabe aos portugueses exigir ao Governo que contribua para a Paz, cumprindo os princípios inscritos na Constituição da República.
A Paz é a questão central do nosso tempo. Nenhum dos problemas com que se confronta a Humanidade poderá ter solução sem Paz.