Hoje, 20 de Agosto, cumprem-se 500 dias sobre a arbitrária detenção do ex-presidente do Brasil, Luís Inácio «Lula» da Silva. Uma detenção que, após a destituição da Presidente Dilma Rousseff, em 2016, constituiu uma ulterior etapa do autêntico golpe de Estado perpetrado pela oligarquia brasileira, com o apoio dos Estados Unidos da América, com vista à inversão de importantes avanços sociais alcançados pelos governos dirigidos por Lula da Silva e Dilma Rousseff e travar os processos de integração soberana ao nível da América-latina e Caraíbas de que o Brasil era um dos impulsionadores.
Na preparação e concretização desse golpe estiveram envolvidos partidos políticos, grupos económicos, sectores do poder judicial e órgãos de comunicação social, que afastando Dilma Rousseff da presidência do país e impedindo a candidatura de Lula da Silva, abriram caminho à vitória eleitoral de Jair Bolsonaro, com o seu programa de destruição de direitos democráticos, laborais e sociais, de entrega de empresas e recursos à gula de interesses externos e de alinhamento total com a estratégia dos EUA de dominação regional.
Um dos protagonistas deste lamentável processo político, que só na aparência pode ser considerado judicial, foi o juiz Sérgio Moro, actual ministro da Justiça, cuja grotesca interferência no processo movido contra o ex-presidente Lula da Silva foi exposta há poucos meses no jornal digital The Intercept Brasil.
O Conselho Português para a Paz e Cooperação, que desde a primeira hora denunciou a natureza política do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência do Brasil, da prisão do ex-presidente brasileiro Lula da Silva e do processo mais geral em que estas manobras se inserem e que sempre se solidarizou com as forças democráticas brasileiras, associa-se à Jornada Internacional de Solidariedade: 500 Dias de Injustiça, que o Comité Internacional Lula Livre promove hoje em vários pontos do mundo – nomeadamente em Lisboa, onde realiza um ato de solidariedade às 18 horas na Praça Luís de Camões.
20 de Agosto de 2019
Direção Nacional do CPPC