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Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) repudia veementemente os graves atos de provocação e as sérias ameaças levados a cabo pela administração norte-americana, presidida por Trump, contra a República Bolivariana da Venezuela, a República da Colômbia e outros Estados da América Latina e Caraíbas, como Cuba, o Brasil ou o México.
Para além das inadmissíveis ameaças dirigidas aos chefes de Estado da Venezuela e da Colômbia, respectivamente Nicolás Maduro e Gustavo Petro, e da descarada afirmação do presidente dos EUA, Trump, de que estão em curso manobras de ingerência e desestabilização contra a Venezuela, que o próprio terá autorizado, incluindo com o recurso à CIA, sobressai o envio de navios de guerra e outros meios militares norte-americanos para o Mar das Caraíbas e os crimes cometidos contra embarcações, nomeadamente de pescadores, de que resultaram várias vítimas mortais.
O CPPC denuncia as tentativas de banalização e normalização de tais inaceitáveis atos de provocação, ameaças e intenções prosseguidas pelos EUA, que violam descaradamente os princípios da Carta das Nações Unidas e o direito internacional.
O CPPC lembra que não é de hoje, nem apenas desta administração norte-americana, o intervencionismo e a agressão que os EUA levam a cabo contra a Revolução bolivariana, o que esta significa de avanços conquistados para o povo venezuelano e exemplo que representa de firme defesa de soberania e de direitos para os povos latino-americanos e caribenhos e para os povos de todo o mundo.
O que os EUA pretendem é apoderarem-se, de novo, dos imensos recursos naturais da Venezuela, país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo e é rico em gás natural, ouro, água doce e diversos minerais raros de grande utilização industrial.
É isto, e não quaisquer falsas e hipócritas preocupações com a “democracia” ou o “narcotráfico”, que move os EUA no que concerne à Venezuela e aos outros países da América Latina.
A séria ameaça de agressão militar direta dos EUA contra a Venezuela, hoje colocada, segue-se à intenção de subverter a ordem constitucional venezuelana através de sucessivas tentativas de golpe de Estado, à imposição de um férreo bloqueio económico, ao roubo de activos venezuelanos no exterior, ao caricato reconhecimento de um “presidente” fantoche, Guaidó, ligado à extrema-direita, à oligarquia e aos interesses norte-americanos.
Corina Machado, a quem foi atribuído o há muito desacreditado Prémio Nobel da Paz – atribuição que objectivamente se associa à operação de agressão à Venezuela –, insere-se igualmente nestes propósitos. Aparecendo como a dirigente da extrema-direita golpista venezuelana, subordinada aos EUA – particularmente a Trump, a quem dedica o prémio –, Corina Machado defende a aplicação de medidas coercivas e a intervenção militar externa contra o povo venezuelano e, entre outros exemplos da sua acção, assume público apoio a Netanyahu e à sua política de ocupação, colonização e agressão.
Foi esta mesma oligarquia que durante décadas – até à primeira vitória eleitoral de Hugo Chávez, em 1998 – privou a esmagadora maioria dos venezuelanos dos mais elementares direitos (habitação, saúde, educação, proteção social, trabalho com direitos) e utilizou os avultados rendimentos associados ao petróleo para a criação de uma classe dirigente parasitária e profundamente subordinada aos EUA, responsável por mais de 80% da população venezuelana viver na pobreza.
Os brutais efeitos económicos e sociais do cerco económico dos EUA desmentem qualquer pretensa preocupação com o povo venezuelano, principal afetado pelas carências provocadas pelo bloqueio.
As ameaças contra a Venezuela e a Colômbia, a intensificação do bloqueio contra Cuba, as medidas coercivas contra a Nicarágua ou as pressões e as medidas económicas e políticas contra o Brasil, o México e outros países, revelam as intenções dos EUA de tentarem impedir a afirmação da soberania e o direito ao desenvolvimento dos povos latino-americanos e caribenhos.
Os EUA querem que a América Latina e as Caraíbas sejam o seu “quintal”, para que possam impor o domínio sobre esta região, bem como saquear os seus ricos recursos. Para tal e ao longo de décadas, os EUA levaram a cabo intervenções militares, assim como golpes de Estado – como no Chile, no Brasil ou na Venezuela – e sustentaram brutais ditaduras militares fascistas, responsáveis pelo assassinato de muitos milhares de democratas.
O CPPC apela à solidariedade com a Venezuela bolivariana, o povo venezuelano, o povo colombiano, o povo cubano e em geral com os povos latino-americanos e caribenhos que defendem a sua soberania e direitos, incluindo o direito à Paz, face à ingerência e à agressão dos EUA.
Cabe aos povos decidirem dos seus destinos e usufruírem dos seus recursos em benefício do seu bem-estar e do progresso dos seus países.
A Direção Nacional do CPPC
27-10-2025