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Divulgamos posição da presidente do Conselho Mundial da Paz publicada no site da organização brasileira do CEBRAPAZ.

"Presidenta do Conselho Mundial da Paz rechaça exercício militar com os EUA na Amazônia

A presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, emitiu uma declaração nesta segunda-feira (8) em que condena os planos para a realização de um exercício militar conjunto na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia com a participação de tropas estadunidenses. As notícias foram veiculadas recentemente pela mídia brasileira e o exercício está previsto para novembro. Leia a declaração de Socorro a seguir:

Contra a presença militar dos EUA na Amazônia!

É com extrema preocupação que acompanhamos as notícias de que o Brasil, o Peru e a Colômbia incluirão tropas dos Estados Unidos num exercício militar conjunto na tríplice fronteira amazônica, em novembro deste ano. É sintomático que o convite para a participação estadunidense tenha partido do Brasil, segundo a mídia nacional, onde a população vive o pós-golpe de Estado sob a ameaça das políticas reacionárias e servis ao império promovidas por um governo ilegítimo.

O Conselho Mundial da Paz tem rechaçado o intervencionismo estadunidense, em flagrante ameaça à soberania das nações, o que inclui a instalação de quase mil bases por todo o planeta e a presença militar por todos os continentes.

Preocupam ainda o fato de os planos surgirem na forma do AmazonLog – exercício militar de logística criado após um encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a máquina de guerra imperialista, em 2015, quando o Brasil participou como observador – e a narrativa veiculada de que a iniciativa também visa a promover a “reaproximação” entre o Brasil e os EUA.

Sob o ilusório título “Operação América Unida”, as tropas dos EUA estarão por uma semana na Amazônia brasileira. Será a primeira vez que as tropas estadunidenses participarão diretamente dos exercícios dos três países fronteiriços, em um momento de agravada tensão regional e ameaça do imperialismo estadunidense contra os governos progressistas da América Latina.

Não é novidade que os interesses geoestratégicos dos EUA na América Latina visam ao controle de rotas, recursos naturais e energéticos e da biodiversidade amazônica, o que já motivou o apoio a golpes e regimes militares brutais e hoje segue motivando a promoção de golpes sob novas roupagens.

Tampouco é nova a invenção de pretextos para a presença e a promoção de políticas agressivas e a militarização da região: o combate ao tráfico de drogas e outros tipos de crimes transnacionais – como, supostamente, o terrorismo, o que há décadas promove a repressão e perseguição a movimentos insurgentes.

Por isso, os movimentos solidários aos povos da América Latina e Caribe, em sua luta pela segunda e definitiva independência e em defesa das soberanias nacionais, por uma Zona de Paz e amizade, acompanham com atenção e rechaçam com veemência o aumento da presença militar estadunidense na região.

Pelo fim às bases militares estrangeiras e ao intervencionismo imperialista!

Socorro Gomes,
Presidenta do Conselho Mundial da Paz"