Outras Notícias

 

O CPPC condena com veemência os bombardeamentos norte-americanos contra a Síria, na madrugada de hoje, denunciando o seu carácter ilegal e totalmente contrário ao direito internacional.
A agressão militar directa dos EUA contra este Estado soberano, que se segue a seis anos de guerra encapotada, configura uma intolerável escalada com consequências ainda difíceis de prever, dada a elevada tensão militar que se vive no martirizado país do Médio Oriente.

Quanto aos pretextos apresentados para o ataque, o CPPC chama a atenção para o facto de serem ainda desconhecidos os factos e os verdadeiros autores da denunciada utilização de armas químicas na província de Idlib, que terá vitimado perto de uma centena de pessoas. Manifestando o mais profundo repúdio pela utilização desse tipo de armamento, o CPPC lembra que o governo sírio já rejeitou qualquer responsabilidade pelo acto, pelo que é no mínimo prematuro definir desde já as responsabilidades pelo terrível ataque.

É importante ter presente que as autoridades sírias desmantelaram o seu arsenal químico, monitorizadas por instâncias internacionais. O mesmo não se pode dizer dos diversos grupos terroristas que operam na Síria, que não só estarão na posse deste tipo de armamento como inclusivamente já o terão utilizado anteriormente em território sírio, por diversas vezes.

Esta acção dos EUA só serve a quem, como estes grupos, combate o governo legítimo do país, como o comprova a ofensiva de forças do ISIS, na região, imediatamente na sequência do ataque dos EUA.

Não deixa de ser também relevante o facto de, ainda há poucos dias, os EUA terem sido responsáveis directos pela morte de 200 civis em Mossul, no Iraque, sem que tal crime tenha motivado qualquer acção ou represália por parte da chamada «comunidade internacional». Já na Síria, qualquer suspeita, mesmo infundada, permite o recurso a um ataque directo e ilegal contra um povo e o seu Estado soberano.

O CPPC responsabiliza ainda os EUA, e todos os que já vieram publicamente apoiar a sua acção criminosa, pelas eventuais consequências deste ataque, e exige do Governo português que se demarque desta agressão e que, em respeito pela Constituição da República Portuguesa e pelos princípios da Carta das Nações Unidas, se bata pela solução pacífica dos conflitos, pela paz e o respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados.

O CPPC reafirma a sua solidariedade para como o povo sírio e com a sua heróica resistência, saudando em particular o Conselho Nacional da Paz Sírio, organização irmã, membro do Conselho Mundial da Paz.

Direcção Nacional do CPPC