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cppc esteve presente em manifestacao pela paz em brest franca 1 20220124 1591159068

A convite do Movimento da Paz francês (Mouvement de la Paix), o Conselho Português para a Paz e Cooperação participou, no passado dia 9 de janeiro, em Brest, França, numa manifestação por uma Europa activa pela Paz, onde participaram centenas de pessoas, que denunciaram a Cimeira de ministros de negócios estrangeiros e da defesa de países que integram a União Europeia que se reunirá nesta cidade nos dias 12 e 13 de Janeiro, assim como os seus objetivos belicistas.
Esta cimeira, com que se inicia a presidência francesa do Conselho da UE, insere-se no esforço de aceleração do processo de militarização da União Europeia e de concretização da UE como o pilar europeu da NATO.
Brest é um lugar particularmente simbólico, visto ser uma cidade onde está instalada uma das bases militares francesas que estaciona um maior número de armas nucleares. A realização da manifestação nesta cidade assume, assim e igualmente, um carácter de denúncia dos perigos da NATO e da militarização da UE e criação do chamado “exército europeu” como indissociáveis dos riscos catastróficos que as armas nucleares representam para a Humanidade.
A militarização da UE tem vindo a concretizar-se, nomeadamente, através da criação da "Cooperação Estruturada Permanente" (PESCO), do denominado "Fundo Europeu de Defesa", pela implementação de um programa para o desenvolvimento da indústria de armamento, ou com os denominados “grupos de
combate” da UE, o que implica não só a utilização de mais meios financeiros da UE para a sua política belicista, como o aumento das despesas militares em cada um dos países que a integra.
Trata-se de um processo que – não sem contradições – converge com a política externa dos EUA e que assume a UE como o pilar europeu da NATO e a sua militarização como complementar a este bloco político-militar agressivo.
Nesta cimeira será debatida a chamada “bússola estratégica” da União Europeia, ou seja, a proposta de um conceito estratégico com o objetivo de relançar a capacidade estratégica autónoma de intervenção militar da UE – sempre à medida dos interesses das grandes potências da UE, incluindo da França – que deverá ser adoptada durante o próximo Conselho Europeu, em Março, antes da definição do próximo conceito estratégico da NATO, que deverá ser adoptado durante a Cimeira que terá lugar em Madrid, nos
dias 29 e 30 de Junho.
A manifestação foi precedida da realização de dois debates que contaram com a participação de largas dezenas de pessoas e de organizações que intervieram denunciando e rejeitando a política agressiva e de confrontação da NATO e da UE e, em particular, o aumento do financiamento para esta política belicista, designadamente para a renovação das armas nucleares, como tem vindo a ser feito pela França.
Nas suas intervenções, o CPPC deixou claro o seu compromisso de rejeição da NATO e da militarização da UE, frisando a importância de:
- exigir o fim da militarização da UE e das suas missões de ingerência em diversos países;
- afirmar Sim à Paz e Não à NATO e exigir a sua dissolução;
- dizer não à corrida aos armamentos e exigir a redução das despesas militares e a abolição das armas nucleares e de outras armas de destruição massiva;
O CPPC afirmou ainda que, indissociável destas exigências, é também necessário defender os princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, o direito dos povos à autodeterminação, a soberania e a independência nacional, a solução pacífica dos conflitos internacionais, o desarmamento
universal, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares, a cooperação entre os povos e países para o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma nova ordem internacional de paz e progresso social!